O que é uma Orquestra?
Você muito provavelmente já viu uma orquestra tocar, seja ao vivo, em filmes, séries ou em canais da televisão. Alguma vez você já imaginou o que é de fato uma orquestra ou como ela funciona?
A palavra "orquestra" deriva do Grego, orkhéstra, formada a partir do verbo orcheisthai (dançar), juntamente com o sufixo "-tra", referido a local. A palavra, na realidade, era utilizada para se referir ao lugar em que os bailarinos dançavam, localizado no interior de um círculo.
A Orquestra
A Orquestra
Deixando a etimologia um pouco de lado e a História para outro momento, hoje conto um pouco o que é uma orquestra e, de formas bem gerais, como ela funciona. Acredito que o que e escrever aqui possa te ajudar a entender melhor e saber o que esperar quando for escutar/assistir a um concerto.
A orquestra é um grupo misto composto de músicos de diversas famílias: a família das cordas, das madeiras, dos metais e da percussão. Esta diversidade dentro de um mesmo grupo permite que a música possa conter muitos timbres e cores diferentes.
O grupo é geralmente disposto em um semicírculo de várias fileiras, contendo os instrumentos de maior projeção sonora no fundo, enquanto os que detêm menos volume se posicionam mais à frente do palco. O maestro se dispõe na boca do palco, no centro. Quando em ópera ou balé, a orquestra e o maestro se posicionam em um fosso, abaixo e levemente em frente ao palco.
Cordas
As cordas são principalmente compostas por violinos, violas, violoncelos e contrabaixos, partindo dos menores e mais agudos aos maiores e mais graves. A harpa também é colocada na lista. Separei ela dos demais, porque é um instrumento que surge mais tarde na História e que mesmo assim não aparece em toda literatura. E também porque é super treta de achar pra fazer um cachê.
As cordas são convencionalmente os instrumentos com mais integrantes em uma orquestra. Difícil falar de números exatos, porque cada tipo de orquestra e período exige uma formação diferente. Mas é a família com mais membros e que se posiciona o mais próximo da boca do palco.
Madeiras
A família das madeiras é geralmente composta por flautas, oboés, clarinetes e fagotes. E na categoria deles existe ainda um subgrupo que agrega instrumentos mais graves ou mais agudos, também construídos e incluídos na orquestra ao longo dos séculos. As flautas, apesar de hoje em dia serem feitas de metal, ainda permanecem na família das madeiras por motivos de sonoridade. Na "categoria" delas, existe ainda o flautim, ou flauta piccolo, uma flauta menor e portanto, mais aguda, soando uma oitava acima do que é escrito no registro comum da flauta "normal". Existe também a flauta em sol, um pouco mais longa que a convencional, com o registro grave um pouco ampliado.
Junto do oboé, existe o corne inglês, instrumento não muito mais grave que o oboé, mas de timbre completamente diferente. Muito utilizado como solista em excertos orquestrais.
Com o clarinete, existe também a requinta, ou clarinete piccolo, ou ainda clarinete em Mi bemol, também seguindo a lógica de possuir um tubo menor e, portanto, um instrumento mais agudo. Em contrapartida, existe também o clarone, ou clarinete baixo.
Quanto ao fagote, este possui o seu correspondente mais grave, o contrafagote, que pode soar até aproximadamente uma oitava mais grave que o fagote, que já é um instrumento de natureza grave.
As madeiras se localizam no centro do palco. É de lá que o oboé toca o "Lá geral", que serve para afinação de todos os demais da orquestra.
Metais
Os metais são compostos, grosseiramente falando, pelas trompas, trompetes, trombones e tubas. Assim como na família das madeiras, eles possuem vários subgrupos. Não vou citar nenhum aqui, porque ainda planejo fazer posts que contemplem cada instrumento, de todas as famílias (caso eu já tenha escrito, os nomes estarão com links!). Acredite, são muitas as variáveis. Uns utilizados para casos específicos, outros já obsoletos, mas ainda usados para execução de música historicamente informada, um nome dado para a execução de repertório de música antiga (antes de 1750, considerado o fim do período barroco) com a precisão de instrumentos fiéis a cada época. Não somente metais, mas todos eles!
Esta família contém os instrumentos mais potentes de toda a orquestra, se tratando de decibéis. Por este motivo, se localizam bem ao fundo do palco, a frente só da
Percussão
(Com curtos parênteses para lembrar que percursão é um percurso longo.)
A família que mais contém instrumentos, impossível destacar aqui todos eles. Alguns defendem ainda que tudo que se possa percutir/bater possa ser considerado instrumento de percussão. Mas posso citar os mais frequentemente utilizados: tímpanos, gran cassa (ou bumbo sinfônico), pratos, triângulo, caixa clara, vibrafone e marimba.
São os instrumentos que ficam mais ao fundo da orquestra, não tanto pelo volume que produzem, apesar de serem, sim, instrumentos muito potentes, mas também pelo tamanho da maioria deles. São também instrumentos utilizados majoritariamente para produzirem efeitos, timbres e cores específicos em cada excerto que aparecem. O percussionista geralmente toca em pé e se senta em trechos de longas pausas, exceto o timpanista, que senta em um banquinho alto (tal como os contrabaixistas).
Na prática, cada família apresenta, inclusive, maiores tendências a esse ou aquele comportamento na escrita dos compositores. Dada a história dos instrumentos e o uso destes através dos tempos, a trompa, por exemplo, é muito utilizada como anúncio de uma caçada, vitória, até mesmo como metáfora para traição (corno é a palavra em Italiano para chifre, também o nome da trompa no mesmo idioma e também a matéria prima dos primeiros instrumentos do gênero). Exemplo disso são trechos de "As Bodas de Fígaro" (ainda a ser escrita na seção de Resumo da Ópera).
Estes usos acontecem muito frequentemente em vários momentos da História e da literatura de muitos compositores. Entretanto, os usos passam a mudar à medida em que os instrumentos evoluem. Por volta do século XIX, os instrumentos todos já são muito diferentes do que um, dois ou três séculos anteriores. Os materiais para confecção são outros, mecanismos são inventados, as formas por vezes se alteram, as sociedades se alteram.
E esta evolução continua acontecendo na Música contemporânea. E ela existe, viu? Muita gente não sabe disso. E evolui principalmente no que se diz respeito à técnica estendida, maneiras de se tocar no instrumento até então "não convencionais". Como tocar diretamente nas cordas do piano, para te dar uma ideia (hoje nem tão recente assim).
Espero poder ter clareado um pouco esse ambiente, que para muitos parece ser uma área complicadíssima. De fato tem suas complicações e diversos detalhes. Mas vou explicar com o passar do tempo cada grupo de instrumentos com bastante detalhe e muitos exemplos que possam ilustrar a função e importância de cada um.
O que você achou deste post? Faltou alguma coisa? Me conte aqui nos comentários!
A orquestra é um grupo misto composto de músicos de diversas famílias: a família das cordas, das madeiras, dos metais e da percussão. Esta diversidade dentro de um mesmo grupo permite que a música possa conter muitos timbres e cores diferentes.
O grupo é geralmente disposto em um semicírculo de várias fileiras, contendo os instrumentos de maior projeção sonora no fundo, enquanto os que detêm menos volume se posicionam mais à frente do palco. O maestro se dispõe na boca do palco, no centro. Quando em ópera ou balé, a orquestra e o maestro se posicionam em um fosso, abaixo e levemente em frente ao palco.
Cordas
As cordas são principalmente compostas por violinos, violas, violoncelos e contrabaixos, partindo dos menores e mais agudos aos maiores e mais graves. A harpa também é colocada na lista. Separei ela dos demais, porque é um instrumento que surge mais tarde na História e que mesmo assim não aparece em toda literatura. E também porque é super treta de achar pra fazer um cachê.
As cordas são convencionalmente os instrumentos com mais integrantes em uma orquestra. Difícil falar de números exatos, porque cada tipo de orquestra e período exige uma formação diferente. Mas é a família com mais membros e que se posiciona o mais próximo da boca do palco.
Madeiras
A família das madeiras é geralmente composta por flautas, oboés, clarinetes e fagotes. E na categoria deles existe ainda um subgrupo que agrega instrumentos mais graves ou mais agudos, também construídos e incluídos na orquestra ao longo dos séculos. As flautas, apesar de hoje em dia serem feitas de metal, ainda permanecem na família das madeiras por motivos de sonoridade. Na "categoria" delas, existe ainda o flautim, ou flauta piccolo, uma flauta menor e portanto, mais aguda, soando uma oitava acima do que é escrito no registro comum da flauta "normal". Existe também a flauta em sol, um pouco mais longa que a convencional, com o registro grave um pouco ampliado.
Junto do oboé, existe o corne inglês, instrumento não muito mais grave que o oboé, mas de timbre completamente diferente. Muito utilizado como solista em excertos orquestrais.
Com o clarinete, existe também a requinta, ou clarinete piccolo, ou ainda clarinete em Mi bemol, também seguindo a lógica de possuir um tubo menor e, portanto, um instrumento mais agudo. Em contrapartida, existe também o clarone, ou clarinete baixo.
Quanto ao fagote, este possui o seu correspondente mais grave, o contrafagote, que pode soar até aproximadamente uma oitava mais grave que o fagote, que já é um instrumento de natureza grave.
As madeiras se localizam no centro do palco. É de lá que o oboé toca o "Lá geral", que serve para afinação de todos os demais da orquestra.
Metais
Os metais são compostos, grosseiramente falando, pelas trompas, trompetes, trombones e tubas. Assim como na família das madeiras, eles possuem vários subgrupos. Não vou citar nenhum aqui, porque ainda planejo fazer posts que contemplem cada instrumento, de todas as famílias (caso eu já tenha escrito, os nomes estarão com links!). Acredite, são muitas as variáveis. Uns utilizados para casos específicos, outros já obsoletos, mas ainda usados para execução de música historicamente informada, um nome dado para a execução de repertório de música antiga (antes de 1750, considerado o fim do período barroco) com a precisão de instrumentos fiéis a cada época. Não somente metais, mas todos eles!
Esta família contém os instrumentos mais potentes de toda a orquestra, se tratando de decibéis. Por este motivo, se localizam bem ao fundo do palco, a frente só da
Percussão
(Com curtos parênteses para lembrar que percursão é um percurso longo.)
A família que mais contém instrumentos, impossível destacar aqui todos eles. Alguns defendem ainda que tudo que se possa percutir/bater possa ser considerado instrumento de percussão. Mas posso citar os mais frequentemente utilizados: tímpanos, gran cassa (ou bumbo sinfônico), pratos, triângulo, caixa clara, vibrafone e marimba.
São os instrumentos que ficam mais ao fundo da orquestra, não tanto pelo volume que produzem, apesar de serem, sim, instrumentos muito potentes, mas também pelo tamanho da maioria deles. São também instrumentos utilizados majoritariamente para produzirem efeitos, timbres e cores específicos em cada excerto que aparecem. O percussionista geralmente toca em pé e se senta em trechos de longas pausas, exceto o timpanista, que senta em um banquinho alto (tal como os contrabaixistas).
Na prática, cada família apresenta, inclusive, maiores tendências a esse ou aquele comportamento na escrita dos compositores. Dada a história dos instrumentos e o uso destes através dos tempos, a trompa, por exemplo, é muito utilizada como anúncio de uma caçada, vitória, até mesmo como metáfora para traição (corno é a palavra em Italiano para chifre, também o nome da trompa no mesmo idioma e também a matéria prima dos primeiros instrumentos do gênero). Exemplo disso são trechos de "As Bodas de Fígaro" (ainda a ser escrita na seção de Resumo da Ópera).
Estes usos acontecem muito frequentemente em vários momentos da História e da literatura de muitos compositores. Entretanto, os usos passam a mudar à medida em que os instrumentos evoluem. Por volta do século XIX, os instrumentos todos já são muito diferentes do que um, dois ou três séculos anteriores. Os materiais para confecção são outros, mecanismos são inventados, as formas por vezes se alteram, as sociedades se alteram.
E esta evolução continua acontecendo na Música contemporânea. E ela existe, viu? Muita gente não sabe disso. E evolui principalmente no que se diz respeito à técnica estendida, maneiras de se tocar no instrumento até então "não convencionais". Como tocar diretamente nas cordas do piano, para te dar uma ideia (hoje nem tão recente assim).
Espero poder ter clareado um pouco esse ambiente, que para muitos parece ser uma área complicadíssima. De fato tem suas complicações e diversos detalhes. Mas vou explicar com o passar do tempo cada grupo de instrumentos com bastante detalhe e muitos exemplos que possam ilustrar a função e importância de cada um.
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